Prismático

1/15/2014




"Estava apaixonado.

Ele havia se apaixonado por todas as cores de Sehun. Ele colecionou todas as suas matrizes, todos os seus tons. Jongin apanhou todas as cores do melhor amigo e agora se sentia como em um caleidoscópio.


Sentia-se prismático. Louco. Apaixonado. E, acima de tudo, convencido de que aquele era o melhor momento da sua vida. Ele conhecia o amor, as formas que amor possuía. Conhecia a história que ninguém gostava de contar. Enquanto sentia os beijos de Sehun, enquanto tocava sua pele macia e pálida, eram infinitos e inconsequentes. E a inconsequência era sinônimo de felicidade para Jongin. Naquele dia, quando tinha milhões de sonhos dentro do bolso, era feliz. Era feliz na forma mais pura que poderia existir. Estava sem um tostão no bolso, mas estava feliz de uma maneira perturbadoramente sincera."
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Sweet Yixing (KrAy)





Sweet Yixing


Pequenos flocos de neve aglomeravam-se no parapeito da janela daquele apartamento apertado e quente do décimo quinto andar. No sofá, com um óculos escorregando no nariz e um livro grosso nas mãos, Yifan tentava se distrair com a matéria que cairia na prova da próxima semana, mas era difícil conseguir focar cada uma daquelas letras, que começavam a não fazer sentido, quando um barulho insistente de panelas, colheres, liquidificador e uma sorte de coisas vinha da cozinha. E Yifan soube, antes mesmo de se aproximar, que Zhang Yixing, o garoto com quem dividia o apartamento, estava novamente tentando cozinhar.

Tentando cozinhar era o termo certo, porque havia um abismo entre tentar e conseguir. Yixing constantemente tentava cozinhar e as coisas que tentava fazer nunca davam certo, porque além de gastar ingredientes que vinham unicamente do bolso do mais velho, o menor bagunçava a cozinha inteira e sujava louça que o outro não usaria nem em uma semana fazendo todas as refeições sem lavar nenhum prato. Mas Yifan nunca realmente reclamava daquilo, porque Yixing era tão doce e gentil que sentia-se incapaz de adverti-lo de qualquer coisa que fosse. Principalmente quando ele parecia tão concentrado em tentar fazer com que tudo saísse perfeito.

Com um suspiro, o loiro fechou o livro e se levantou do sofá para ir à cozinha ver o que seu colega de apartamento estava tentando fazer daquela vez. E, ao encostar-se no batente da porta, quadrilhou o garoto que estava com fones de ouvido, provavelmente sequer tendo alguma noção do barulho que fazia enquanto mexia alguma massa dentro de uma bacia, os quadris sutilmente se remexendo ao som da música que ouvia, os lábios movendo-se delicadamente enquanto cantava meio preguiçosamente, os olhos baixos e concentrados no que fazia. Uma das coisas que Yifan mais achava adorável no outro era a maneira como fazia biquinho ao falar, os lábios macios, delicados, que pareciam feitos para serem mordiscados, naquele biquinho adorável e desconcertante. Era quase preocupante o quanto gostava das pequenas coisas de Yixing. Aquelas pequenas coisas que o tornavam perfeito.

Havia uma trilha de farinha de trigo em sua bochecha macia, e mesmo com o frio que fazia do lado de fora o menor não usava nada além de uma camiseta branca e calças largas de moletom, tão confortável que era como se pedisse para que Yifan o abraçasse por trás e enfiasse o rosto na curva macia do pescoço – mesmo que não fosse exatamente uma boa ideia, porque respirar no pescoço de Yixing era como pedir para que ele largasse aquela bacia com massa no chão e agarrasse o balcão da cozinha para gemer e se afastar, completamente chocado pela audácia dos toques. Ele sempre ficava encantadoramente surpreso quando alguém respirava próximo ao seu ponto mais sensível. Ele era assim, lindo e sensível com seus trejeitos irresistíveis.

Demorou muito tempo até finalmente perceber que estava sendo minuciosamente observado e, ao olhar para Yifan, seus olhos arregalaram-se adoravelmente. O que não era para menos, porque o mais velho estava ali mais tempo do que seria aconselhável somente para ficar olhando-o como se nada no mundo fosse mais importante – como se não tivesse milhares de capítulos para estudar, ou trabalhos da faculdade para fazer ou aquele seu programa preferido que estava passando na TV para assistir. Mas ele esquecia-se de tudo quando estava na presença do outro e, quase sem perceber, se aproximou e circundou sua cintura estreita com os braços, absorvendo feliz seu ofegar surpreso pelo gesto espontâneo e inesperado de afeto. Tomando cuidado para não chegar perto do seu pescoço, beijou a bochecha bem onde havia a trilha de farinha. Por causa da bacia entre eles, não conseguia colar seus corpos completamente, mas isso não impediu que a aproximação fosse bem-vinda e deliciosamente atrativa.

– O que houve com você? – Perguntou baixinho, em um sussurro que fez com que aquele biquinho adorável se formasse em seus lábios e Yifan, sem resistir mais, colou a boca à dele, roubando daqueles lábios um suspiro que cheirava a chocolate que ele provavelmente experimentara para fazer o bolo. Eles eram companheiros de quarto e, além disso, namoravam há quase um ano. Era engraçado que em tão pouco tempo Yifan já soubesse que Yixing era tudo o que ele sempre quisera.

– Eu só queria dizer que amo você. – Riu-se Yifan, sentindo-se estranhamente sem jeito. Ele não costumava proclamar seu amor assim, daquela maneira espontânea e sem uma verdadeira razão. Na verdade, ele havia dito que amava Yixing pouquíssimas vezes e isso para ele costumava ser suficiente. – Mesmo que você sempre insista em cozinhar quando nunca dá certo e deixe toda a sujeira pra mim.

Yixing torceu o nariz graciosamente antes de afastar a bacia entre eles e jogá-la sobre a mesa, para então passar os braços em torno do pescoço do mais velho e ficar na pontinha dos pés para colar os lábios novamente, delicadamente e pacientemente. Antes de inventar de cozinhar, Yixing estava dormindo – ele sempre estava dormindo, Yifan perdera algumas horas naquele ano perguntando-se de onde ele tirava tanto sono – e por isso seus olhos rasgados estavam levemente inchados, contornados de um vermelho pálido, e os reflexos mais lentos e preguiçosos do que costumavam ser normalmente.

Contra sua boca, ele sussurrou “eu te amo, também” antes de morder seu lábio inferior, prendê-lo entre os dentes e puxar em uma provocação calculada. As mãos de Yifan apertaram com ainda mais força a cintura delicada e, suspirando contente, Yixing virou-se no abraço para voltar a mexer a massa com a colher de pau. Sorriu ao sentir a mão de Yifan sobre a sua, ajudando-o a chegar ao ponto perfeito para o bolo. A respiração dele contra sua orelha era uma provocação constante, o perfume masculino que desprendia da sua pele uma tentação implícita, mas o menor gostava de tudo aquilo.

Olhou para as mãos juntas e mordeu o lábio inferior. A mão de Kris era quase vergonhosamente maior e fazia com que a mão de Yixing parecesse como a de uma criança, completamente envolta à enorme do namorado. E Yifan, atrás dele, mesmo que jamais fosse confessar, achava aquilo adorável como todas as outras coisas em Yixing.
O bolo deu errado, mas era o que menos importava para os dois. Afinal, eles haviam dado certo, e aquela era a melhor receita.




Quando Yifan terminou de arrumar toda a cozinha – lavar a louça, limpar a sujeira que o namorado fizera no chão e na pia da cozinha, além de guardar todos os ingredientes e levar o lixo para fora – pensou que encontraria o namorado esperando por ele, depois de tomar banho. Tomar um banho sempre era a desculpa perfeita para que Yifan ficasse com os deveres domésticos, que Yixing tanto odiava fazer. Porém, quando encontrou Yixing no quarto dos dois, ele estava dormindo novamente. Yixing tinha tanto sono que talvez devesse começar a ser preocupante. Ele estava tão esparramado na cama de casal que era quase impossível que Wu Fan, grande como era, conseguisse se acomodar ao seu lado sem acordá-lo. E ele dormia tão bonito, com os cabelos molhados e bagunçados espalhados pelo rosto, as mãozinhas pequenas segurando delicadamente o travesseiro e os olhos fechados tão calmamente...

Com um suspiro, o mais velho pegou o travesseiro e um edredom, fazendo o mínimo possível de barulho, e após cobrir o namorado, apagar as luzes e fechar a porta com delicadeza, jogou-se no sofá da sala.

Era meio desconfortável, mas por ora era o que tinha. Já havia desisto de estudar ou fazer algum dos trabalhos, então ligou a TV e esperou o sono chegar. Do lado de fora da janela de vidro, flocos de neve caíam com delicadeza, alguns grudando-se no vidro, aglomerando-se no parapeito.

Yifan adorava a neve. Era lindo, mesmo que pudesse ser devastadora. Neve o lembrava de Yixing. Na penumbra, a única luz vinha da TV ligada, em um brilho calmo e contínuo. Mesmo sem erguer os olhos, ao ouvir o som de passos percebeu que Yixing acordara. Quando virou-se no sofá, em direção ao corredor que dava para o quarto, ele andava em sua direção, com os olhos cheios de sono e um lençol arrastando-se no chão. Ele sorriu e Yifan, percebendo suas intenções, afastou-se um pouco para que Yixing conseguisse rolar até se deitar do seu lado, entre o encosto e seu corpo. Ele estava quente e o cheiro de banho recém tomado desprendia-se da sua pele e dos seus cabelos ainda úmidos com uma intensidade embriagadora. Sentia-se bêbado naquele aroma.

Apertado ali, entre Yifan, Yixing acomodou-se ao corpo quente do namorado, apoiando o rosto no peito firme e suspirando quase inaudível. Naquela posição, sua bochecha ficava meio apertada e seu olho espremido. O maior sorriu gentilmente e passou a mão em sua bochecha livre, e o mais novo ronronou, esfregando o rosto naquele afago.

– Eu não gosto de dormir sem você. – Yixing murmurou baixinho, a voz meio rouca por causa do sono. – ‘Tá frio, nós precisamos esquentar um ao outro.

– Mas você estava ocupando a cama inteira e eu não quis te acordar, você estava dormindo tão gostoso, xiao. – Yifan sabia que o namorado adorava quando o chamava daquela maneira. Xiao significa pequeno em chinês.  E o seu xiao pareceu emocionado com as palavras do namorado, pois um sorriso caloroso nasceu em seus lábios finos e, apoiando uma das mãos no peito dele, inclinou-se até encostar os lábios, dando um beijo demorado e molhado no mais velho. E o maior comprovou de novo o quão gostoso era morder aqueles lábios macios, o quão maravilhoso era tê-lo entre os dentes e que era melhor ainda sentir a língua dele na sua sem receio ou medo, preguiçosamente os envolvendo naquele clima sensual.

– Você queria mesmo só dormir comigo? – Yifan perguntou quando as mãos de Yixing intrometeram-se dentro da camiseta do maior, arranhando sem força o abdômen firme com unhas curtas. O loiro gemeu de leve, o corpo contraindo-se em um arrepio involuntário, e seu xiao riu baixinho, ondulando sensualmente o corpo até que uma das pernas do mais velho estivesse entre as suas.

– Acho que nós podemos fazer algumas outras coisas tão interessantes quanto dormir. – Yixing sussurrou contra seu ouvido e Yifan, em um movimento carregado de cuidado, deitou Yixing totalmente no sofá apertado para ficar em cima dele, afundando os joelhos no estofado, um de cada lado do namorado. Abaixando o corpo, capturou os lábios macios e o fez retribuir um beijo calmo, carregado de sensualidade. Yifan afastava os lábios antes que Yixing pudesse aprofundar o beijo, deixando-o levemente frustrado, e então beijava seu queixo, o ângulo entre a orelha e o maxilar, e então voltava novamente até os lábios, capturando sua língua e a chupando em um prelúdio do que poderia fazer em outras partes do corpo abaixo do seu.

Não havia pressa, somente a necessidade urgente e a vontade crescente que fazia com que Yixing erguesse o quadril, seus olhos levemente vermelhos fechando-se delicados e pacientes, os lábios abertos em gemidos mudos e sensações que eram maravilhosamente intensas. Yifan, encantado com a maneira como o namorado parecia completamente entregue às suas investidas, tirou a camiseta do corpo pálido, desnudando o tronco e deliciando-se em passar a mão pelos músculos tensos, sentindo na ponta dos dedos a pele macia se arrepiar. Yixing era adoravelmente sensível e arrepiava-se com uma facilidade deliciosa. Seu membro já era um volume indisfarçável de ereção na calça de moletom, e descendo os dedos pela pele quente, passou a língua na clavícula funda, contornando o osso saliente com a língua e sentindo o gosto dele que tanto gostava.

Com uma delicadeza atípica, porque geralmente era meio bruto quando transava com Yixing (era difícil se controlar quando o namorado era tão tentador), desceu os lábios até a barriga firme, distribuindo beijos e mordidas e chupões, sentindo os dedos do menor fecharem-se de encontro aos seus cabelos, puxando os fios com delicadeza, como se precisasse de algum ponto de estabilidade para conseguir se controlar. Yifan conseguia sentir o membro de Yixing tocando seu peito, principalmente quando o moreno erguia o quadril em movimentos involuntários, querendo sentir mais daquelas sensações de alguma maneira. E atendendo aos pedidos silenciosos do namorado, o mais velho desceu ainda mais os lábios, mordendo um dos ossos ilíacos marcados do quadril antes de delicadamente roçar uma das bochechas no volume indiscreto que marcava a calça de moletom, onde uma mancha úmida já havia se formado onde descansava a glande.

Sorriu quando sentiu o corpo menor fremir, os músculos do abdômen se contraindo e os olhos fechando-se contra a vontade. Com paciência, Yifan roçou os lábios no membro ainda coberto, em uma provocação que fazia com que o namorado segurasse seus cabelos com ainda mais força. Mas Yifan queria que daquela vez queria fazer tudo com calma, saboreando cada sensação, cada íntima reação do corpo abaixo do seu. Assim, delicadamente abaixou os restantes das roupas do seu xiao até tê-lo completamente sem roupa.

            Suspirando, ergueu o tronco para poder observá-lo.

            Deitado no sofá completamente nu, Yixing era perfeito. Suas bochechas estavam coradas, seu corpo contraído, seu membro teso encostando-se no abdômen onde uma poça de pré-gozo molhava a pele pálida. Seus olhos semiabertos o fitavam, os lábios abertos em busca de uma quantidade ar cada vez maior enquanto erguia o quadril, silenciosamente insinuando-se para Yifan, como se implorasse para ser tocado, para que o maior acabasse de uma vez com aquela tortura e lhe desse o que mais precisava naquele momento. E Yifan nunca antes conseguira negar algo para o namorado.

            Com delicadeza, separou as pernas de Yixing e deslizou o corpo sobre o dele até capturar a glande túrgida e úmida entre os lábios, sugando com força, arrancando qualquer resquício de sanidade que ele ainda pudesse ter. Um grito rouco escapou dos lábios finos, fazendo com que Yifan sentisse pequenas fisgadas de desejo vindas de algum lugar desconhecido dentro de si mesmo. Sentir o gosto dele em sua boca e saber o que causava nele era maravilhoso, e fazia com que seu próprio membro latejasse dolorosamente dentro da calça do pijama. Mas não poderia dar atenção as suas próprias vontades naquele momento, pois estava concentrado em dar desejo ao seu namorado. Sabia do que ele gostava, conhecia todos os seus pontos sensíveis, e com um sorriso imperceptível por estar com os lábios cheios de Yixing, ergueu uma das coxas pálidas e a colocou sobre seu ombro, sem deixar brechas para que o outro pudesse reclamar, e então começou a roçar os dedos delicadamente entre as nádegas, intrometendo um dedo para dentro da parte sensível.

            O moreno remexeu o quadril e a boca de Yifan afundou-se mais no membro teso, chupando com vontade, deixando a glande tocar sua garganta. Com calma, começou a movimentar o dedo dentro do corpo quente, acostumando-o ao que estava por vir, ouvindo-o voltar incoerências, seu nome sendo chamado sem pausas, como em um mantra; seus cabelos sendo puxados como quem não tem controle sobre si mesmo. E Yifan gostava de tudo aquilo. Gostava de deixar o namorado sem controle nenhum, sem qualquer pensamento que não fosse a vontade de ter Yifan dentro de si. E toda a vontade pareceu avolumar-se ainda mais dentro do menor quando Yifan inseriu mais um dedo em seu inferior, pressionando acidentalmente seu ponto mais sensível. A cabeça de Yixing foi para trás, completamente tenso e submisso, sua garganta sendo cortada por um grito que lembrava um grunhido, e seus quadris ergueram-se no ar, empurrando-se de maneira inconsciente ainda mais na boca que o engolia.

            – Xiao, você quer agora? – Sibilou Yifan.

           – Agora, por favor. – Yixing gemeu quase manhoso, seus braços erguidos acima da cabeça para segurar em qualquer coisa que pudesse lhe dar alguma estabilidade. A respiração ofegante do menor bateu contra o pescoço de Yifan quando este se ergueu para ficar novamente em cima do namorado, e as pernas de Yixing abriram-se voluntariamente, se oferecendo sem resistências. Com o semblante sério por causa da tensão sobre seus ombros e a tensão em seu membro teso, o maior abaixou as roupas o suficiente para que seu pênis escapasse da prisão quase dolorosa, impaciente demais para conseguir tirar a roupa inteira. – Eu quero tanto você, tanto... – Sussurrou contra seu ouvido.

            Em uma provocação calculada, Yifan começou a entrar em Yixing ao mesmo tempo em que afundava o resto no pescoço do menor, aspirando o cheiro de banho recém tomado da pele que tanto gostava. Sentiu Yixing tremer inteiro em seus braços, seu corpo tendo um espasmo tão violento que o fez afundar-se ainda mais no membro que o invadia. O gemido que escapou dos lábios de Yixing foi quase violento, o corpo inteiramente sensível enquanto, inacreditavelmente, gozava.

            Surpreso, Yifan se afastou para observar o membro do menor contraindo-se enquanto ele gozava intensamente, sujando o próprio abdômen liso e apertando Yifan quase dolorosamente dentro de si, que já havia estava completamente envolvo no calor sufocante.

            – Ahhh, ahhh, por que você fez isso? – Yixing perguntou entre ofegos, os olhos levemente arregalados em surpresa.

            – Eu não acredito que você gozou só porque respirei no seu pescoço. – Yifan disse, observando a expressão congestionada do namorado quando começou a mover os quadris, arremetendo dentro do seu corpo com delicadeza e fazendo-o jogar a cabeça para trás, pronta para mais uma vez. – E eu pensei que não dava pra te desejar mais, por que você sempre tem que ser tão perfeito?

            – Ahh... – Yixing gemeu, abrindo mais as pernas quando o namorado voltou a deitar sobre ele e encolhendo-se, como se para proteger o pescoço dos lábios do namorado. Balançando a cabeça, Yifan beijou sua bochecha, deslizando os lábios até o queixo antes de voltar a capturar os lábios macios entre os lábios e aumentar ainda mais a intensidade das estocadas dentro do corpo apertado, sentindo-o se contrair deliciosamente em torno do seu membro teso. – Mais forte, por favor, mais fundo... ahh, tão bom...

            Yifan nunca negava nada ao namorado.

            Firmando as mãos nas coxas pálidas, investiu com ainda mais força contra o corpo abaixo de si, sentindo os gemidos do Yixing se tornarem mais altos, mais indecentes quando o menor afastou a boca da sua, sendo incapaz de continuar retribuindo ao beijo. A mão de Yifan, grande e masculina, envolveu a nova ereção do menor e o masturbou com força, fazendo-o apertar ainda mais intensamente seu membro dentro de si. Depois do orgasmo, Yixing estava ainda mais sensível.

            Aos olhos de Yifan, tudo não passava de cores confusas e sensações entorpecentes. Nada mais importava além de Yixing, apertando-o quase dolorosamente, nada além dos gemidos que cortavam o silêncio e faziam-no ter vontade se arremeter com ainda mais força, dos seus próprios lábios saindo gemidos que tentava, sem muito sucesso, controlar. Mas era difícil qualquer tipo de controle sobre si mesmo quando as unhas curtas de Yixing arranhavam suas costas, e os lábios macios e quentes deslizavam por seu pescoço, provando a pele levemente salgada de suor, mesmo que do lado de fora estivesse nevando.

            Com um suspiro alto, percebeu que estava próximo do fim, e apertando ainda mais o membro de Yixing entre os dedos e o masturbando com força, pediu, em sussurros, para que Yixing gozasse para ele novamente. E o menor se deixou levar, sendo minuciosamente observado pelo namorado, que adorava sua expressão de orgasmo, o jeito como ele mordia os lábios e jogava a cabeça para trás, deixando o pescoço pálido e imaculado completamente à mostra, e naqueles momentos Yifan sempre sentia uma vontade violenta de marcar a pele, e sempre o fazia, tornando o orgasmo do namorado ainda mais intenso, fazendo-o se contrair inteiro e apertá-lo dolorosamente. Com um riso soprado, Yifan sentiu em sua mão o orgasmo do namorado e, estocando mais algumas vezes quase sem controle, deixou-se esvaziar dentro dele.

            – Você ainda vai me deixar louco. – Yixing sussurrou, quando já conseguia respirar novamente. Preguiçosamente, o menor pegou a camiseta que estava pendurada no sofá e a vestiu, passando as mãos pelo cabelo e aconchegando-se novamente no peito de Yifan, a bochecha apertada contra o tecido macio da camiseta que ele sequer tirara. – Mas sabia que eu gosto disso? Na verdade eu gosto de tudo em você.

            Sorrindo, Yifan assentiu brevemente com a cabeça, mal notando a letargia do outro.

            – Eu te amo, Yixing, eu te amo tanto...

            Mas Yixing não ouviu, pois já estava dormindo. E sorrindo, Yifan balançou a cabeça. Aquele era seu xiao, afinal.
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LayHan, À Mão

1/11/2014

À Mão

Do lado de fora, as nuvens desmanchavam-se em chuva. Sentado na beirada da cama, com os olhos coçando de sono, Zhang Yixing soltou um suspiro inaudível quando olhou para os horários das aulas que fixara em um mural preso na porta do seu quarto. Se fosse qualquer outro dia, teria resmungado alguma coisa, inventado uma mentira qualquer para seus pais e então se arrastado de volta para a cama – como provavelmente todos os seus colegas fariam. Mas, naquele dia em especial, teria aula com seu professor preferido de matemática e por mais que dissesse para si mesmo que não seria uma boa ideia pegar três ônibus para chegar à escola com aquele tempo, não conseguiu se convencer a permanecer na cama por mais tempo.

Pulando de um pé para o outro – em uma tentativa inútil e meio ridícula de se aquecer – andou até o banheiro, arrancando as roupas pelo caminho e ligando a ducha no mais quente que conseguiu. Olhou para o reflexo no espelho e gemeu quando notou seu estado lastimável. Os cabelos estavam desgrenhados, o rosto amassado e, droga, havia nascido outra espinha em seu rosto. Sentiu vontade de espremê-la, mas sabia que iria piorar a situação caso tentasse. 

Estava passando pela típica fase que todo adolescente da sua idade passava. A fase em que a mão não desgrudava do próprio pau e que espinhas nasciam em seu rosto e que tinha sérios problemas para definir sua personalidade e, como se não bastasse, sua autoestima estava não maltratada que o próprio Yixing sentia pena de si mesmo. Não era popular na escola e muito menos entre as garotas. Não era o mais inteligente da turma e não se destacava nos esportes. Era simplesmente ele. Zhang Yixing, aquele que ninguém sabia o nome ou se importavam em perguntar. Mais um aluno chinês em meio a tantos outros. E mesmo que não se importasse realmente com nada daquilo, às vezes gostaria mesmo de ter algum reconhecimento em qualquer coisa que fosse, por mais ínfima que fosse.

E isso às vezes acontecia quando estava com seu professor de matemática.
Não que Lu Han desse alguma atenção a mais à Yixing, desfavorecendo os outros estudantes – ele era contra o favoritismo – mas o moreno sentia que entre os dois havia alguma ligação diferente, uma ligação que o professor não compartilhava com ninguém além dele. Isso o deixava imensamente orgulhoso de si mesmo, porque pela primeira vez se sentia compreendido por alguém.

Por ser muito jovem, Luhan raramente tinha alguma autoridade sobre os alunos para quem dava aulas – às vezes, de algumas garotas que não eram cegas e reparavam no quanto o professor era bonito. Mas Zhang Yixing sempre estava lá, prestando atenção em suas palavras de uma maneira quase religiosa, absorvendo cada uma das suas conversas e dos seus ensinamentos em uma confiança cega e admiração febril.

E não perderia uma aula de Luhan por nada. Nem que precisasse se molhar inteiro, literalmente. Porque sabia que, no fim, valeria a pena.

oOo

Assim que chegou ao portão do colégio e atravessou todo o corredor em direção a sua sala de aula, esbarrou com os colegas de turma. Vislumbrou, por cima dos ombros de Jongin, Luhan sentado em sua cadeira com a cabeça baixa e os pensamentos aparentemente longes.

“Quase ninguém veio por causa da chuva. Teve inundação por causa da chuva do outro lado da cidade e quem mora por lá ficou preso. Nós decidimos ir embora, não tem como haver aula com quatro estudantes.” Jongin explicou, pronto para voltar para a casa.

“Mas o professor está na sala!” Indignou-se o garoto, cruzando os braços no peito e apontando para a sala. “Se ele está lá, obviamente é porque quer dar aula.”

Jongin deu de ombros, franzindo levemente o cenho antes de ajeitar melhor a mochila nas costas. Yixing estava com as calças ensopadas, o tênis encharcado e as meias tão molhadas que chegava a se tornar incômodo. Tinha a impressão que se molharia menos caso tivesse saído de casa sem um guarda-chuva.

“É você quem sabe.” Disse Jongin simplesmente, dando de ombros. “Eu vou é voltar para a minha cama. Boa sorte com cálculos matemáticos, porque eu os dispenso.”

Yixing observou Jongin se afastar, estupefato. Jogou o guarda-chuva no corredor para não molhar a sala de aula e mordeu o lábio inferior quando Luhan ergueu o olhar para ele e sorriu aquele sorriso que era o favorito de Yixing. Ele parecia surpreso por algum aluno ter entrado e deixou aquilo transparecer em um arregalar adorável de lábios. O mais novo era o único na sala de aula.

“Olá, professor.” Yixing disse meio sem graça e coçou a nuca logo em seguida. “Você está bem?”

“Eu estou bem.” Luhan respondeu, fazendo um gesto para que Yixing se aproximasse e se sentasse na primeira carteira, em frente à mesa do professor. “Você aparentemente é o único disposto a estudar matemática às 7h da manhã de um dia em que o mundo parece que vai acabar. Acho que isso te dá um ponto adicional nas provas finais.”

“É.” Yixing concordou, sorrindo todo covinhas. “Eu acho que eu mereço algum incentivo por isso.”

“Mas não conte para ninguém.” O professor anotou alguma coisa na caderneta e então olhou para Yixing, entrelaçando os próprios dedos sobre a mesa. Desconfortável com o olhar do outro, o moreno chutou a mochila para baixo da mesa e desviou o olhar, pigarreando enquanto sentia o rosto meio quente em embaraço. “O que vamos fazer? Eu não posso passar matéria já que você é o único estudante.”

As coisas que passaram na cabeça do estudante eram tão erradas que seu rosto esquentou ainda mais. Gaguejou um “não sei” baixinho, tocando a própria bochecha.

“Para a nossa sorte, eu sabia que ninguém viria hoje.” O professor disse de repente, tirando de dentro da bolsa, que estava em cima da mesa, papéis coloridos como se fizesse uma mágica. “Então trouxe isso! Você sabe fazer origamis?”

“Não...” Respondeu, mordendo o lábio inferior e piscando.

“Você quer aprender? Por favor, diga que sim! Eu realmente não programei outra coisa.” Luhan riu, meio sem graça, e Yixing achou adorável o modo como ele o olhava, como se pedisse para não ser contestado.

“Eu adoraria.” O moreno respondeu finalmente, rindo de leve. Aceitou o papel vermelho que o professor lhe estendeu e o apoiou sobre a mesa, aguardando as primeiras instruções para tentar aprender alguma coisa. Era péssimo em artes manuais, mas não queria passar vergonha, por isso tentou se concentrar ao máximo no que Luhan explicava.

Às vezes, quando não entendia algum passo, o professor segurava suas mãos e o fazia amassar o papel da maneira certa, sempre paciente, com sua voz gostosa de ouvir e aquela calma que Yixing tanto gostava. Quando sentia qualquer contato físico por parte do mais velho, tinha vontade de sorrir ou cair em uma crise infantil de riso, mesmo que não entendesse muito bem o porquê de todas aquelas sensações. Sentia-se puramente e simplesmente feliz, como se pisasse em nuvens.

Passaram horas fazendo aqueles origamis e a mesa do professor já estava infestado deles. Entre risos, toques e palavras doces, Luhan o conquistou ainda mais. Era quase improvável, mas havia acontecido sem que pudesse fazer nada para impedir.

No fim, quando o final tocou e Yixing estava se preparando para ir embora, Luhan tocou seu braço e estendeu um pequeno unicórnio que fizera com um pedaço de papel branco.

“Ele é tão fofo quanto você. Não é um grande presente, mas...” Luhan coçou a nuca quando Yixing, maravilhado e com o coração batendo rápido, pegou o unicórnio de sua mão.

“É lindo! Obrigado.” Yixing riu, ajeitou a mochila no ombro e se aproximou do professor para beijar sua bochecha. Sentiu-se esquisito porque não era normal ter aquele tipo de contato com superiores, mas ao mesmo tempo foi bom sentir o cheiro do perfume sutil de Luhan. “Lindo como você.”


Com o rosto quente em embaraço, Yixing saiu da sala. Do lado de fora ainda estava chovendo, mas dentro dele havia raios de sol brilhando em todas as direções, fazendo-o sentir um calor confortável dentro de si. Com um riso e a convicção de que alguma coisa havia nascido entre aluno e professor, Yixing saiu na chuva, correndo com o unicórnio feito à mão seguro embaixo de sua camiseta.
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Christmas Angel, Notas Finais

Eu pensei sobre essas notas finais por muito tempo e tinha certeza absoluta que esse momento nunca ia chegar. Porque, em muitas das vezes, a minha única certeza era que Christmas Angel nunca ia ter um final, que ela sempre estaria aqui pra eu enfiar capítulos novos o tanto quanto eu quisesse. Mas daí eu cheguei ao final, depois de mais de um ano, e fiquei uns vinte minutos olhando pro nada sem saber exatamente como me despedir de vocês.
Primeiramente, quero agradecer a todo mundo que chegou até aqui, mesmo com as (decepções?) reviravoltas dessa história e eu peço, antecipadamente, desculpas à quem provavelmente me odeia por ter separado HunHan, mas, ao meu ver, era a coisa mais lógica a se fazer, no fim das contas. E nada tem a ver com o fato de eu ser TeamSekai em Christmas Angel. Só me pareceu mais correto e mais certo dessa maneira. Então obrigada mesmo por terem chegado até aqui e espero, apesar dos apesares, que vocês gostem desse final tanto quanto eu gostei. Acho que nunca escrevi uma fic em que me senti verdadeiramente contente com o final. Com Christmas Angel eu senti como se tivesse escrito algo que é motivo de orgulho. Não sei.
E, antes de mais nada, quero agradecer à Beta de Christmas Angel, que mais do que alguém que corrige a história, ela foi quem fez com que a fic fosse terminada. Ela deu a ideia chave de toda a história, a palavra certa: a loucura do Sehun. E, se Christmas Angel hoje tem um final, é por causa dela que me aguentou reclamando e que sempre leu antes de todo mundo e que praticamente me deu esse plot. Obrigada, Dora unnie, obrigada mesmo.
E também quero agradecer a vocês, todos vocês, que me mandaram reviews (e que eu li todos, absolutamente todos, e guardei cada um no coração), favoritaram ou só leram em silêncio, todas vocês me incentivaram. E também a quem comentou no twitter sobre a fic e a todo mundo que me mandou mentions e. Não vou citar nomes porque não quero acabar esquecendo alguém, mas vocês sabem quem são e eu sei quem vocês são. Então... Muito obrigada.
O Sehun encontrou a felicidade dele, finalmente. E desejo o mesmo para todas vocês.
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Cartas (XiuHan)

7/12/2013


C A R T A S


Noite passada eu sonhei que estávamos deitados lado a lado, como costumávamos fazer quando mais jovens. E então eu quase consegui sentir o cheiro suave do seu perfume, e foi como se milhares de fragmentos de você me alcançassem e eu pudesse te ter novamente à minha frente.

Eu lembrei quando te perguntei qual era o seu maior medo, nossos braços colados e nossos corações batendo juntos. Tum. Tum. Tum. Você demorou tanto tempo para responder que eu jurei que não teria uma resposta. Conseguíamos ouvir, lá atrás, as pessoas, onde a cidade vivia e todos seguiam seus caminhos, completamente alheias a dois corações batendo no mesmo compasso. Eu esperei por muito tempo. “Eu acho que meu maior medo é enlouquecer” você finalmente me respondeu em um sussurro. Por muito tempo aquelas palavras me perturbaram, porque as pessoas deveriam ter medo de morrer, de assassinos, do tempo, do amor. Qualquer uma dessas coisas que nós normalmente ouvimos.

Mas então seu maior medo era enlouquecer e por uma fração infinita de segundos eu fechei bem meus olhos, a grama onde estávamos deitados arranhava minhas costas, pinicava, quase machucava, mas eu permaneci na mesma posição, sem mover nem um músculo. O vento soprou e trouxe seu cheiro com mais força até mim, e eu fui violado por aquele aroma que era uma mistura de todas as melhores coisas do mundo, e então eu senti sua mão encontrar a minha, acariciaram os nós dos meus dedos e eu era infinito porque tinha você.

•••

Há um milhão de coisas para falar dele.

Kim Minseok. Cabelos escuros. Lábios róseos. Olhos rasgados em castanho. Cheiro de grama, pasta de dente e nuvens. Verbal. Romântico.

(Havia uma página perdida dentro de um baú no fundo do guarda roupa. Declarações impossíveis, divagações infinitas. Você me disse algumas muitas vezes que o amor era inexplicável, mas mesmo assim tinha milhares daquelas páginas rabiscadas de qualquer jeito dentro de uma gaveta no seu quarto. Coisas que você nunca me enviou e que chegaram, pouco a pouco, às minhas mãos no decorrer dos anos. Você colocou cada uma dessas páginas em lugares diferentes, onde eu demoraria muito tempo até encontrar. Você me fez louco. Me fez seu.)



O mundo parecia estar inteiro coberto de nuvens espessas antes de Minseok convencê-lo a colocar as mãos ao redor dos olhos e ignorar todo o resto de coisas. Pouco a pouco, milhões de estrelas começaram a surgir em frente aos seus olhos, quando todas as luzes pararam de ofusca-las. Ele o puxou para baixo, algum tempo depois, rindo de toda a incredulidade estampada nos olhos de Luhan. Suas costas encontraram a grama e o céu era lindo.

“Elas estão sempre lá” ele disse lentamente. “Você só precisa parar e olhar para o céu.” Sua mão encontrou a de Luhan. “Talvez o amor seja como as estrelas” Sussurrou por fim.

“O que quer dizer?”

“Que a gente sabe que o amor existe. Ele está lá, mas não podemos tocá-lo. Às vezes as coisas mais bonitas que podemos encontrar estão à nossa frente e, por algum motivo, deixamos de admira-las achando que mais tarde teremos tempo. Que nunca vamos morrer. Que vamos sempre ter pelo menos uma última chance.”

“Você está errado” Luhan murmurou depois de algum tempo.

“Por quê?”

“Eu estou te tocando agora.”

•••


A primeira página escondida que Luhan encontrou foi aos dezoito anos.

Ele estava cansado. Seus olhos ardiam e sua cabeça doía. A página estava ligeiramente amarelada por causa do tempo que se passara, a tinta borrada em algumas partes. Havia uma data, a letra curvilínea e bonita sem muitos floreios que ele conhecia muito bem faz seu coração bater com toda a força do mundo dentro do peito.




03 de Abril de 1993.
Quando eu tinha três anos de idade, conheci um garoto que mudou minha vida.

Ele tinha olhos sinceros e um sorriso capaz de derreter uma cidade inteira coberta de neve. Ele sempre foi mais inteligente. Ele sempre me ajudou quando eu precisava e tinha os melhores abraços que alguém algum dia vai receber. Ele me deixou uma boa primeira impressão, após meter um soco no rosto de um coleguinha na festa de aniversário aonde nos vimos pela primeira vez (eu não lembro, mas mamãe costuma dizer que eu arregalei meus olhos e prendi o ar).

Luhan é as estrelas e eu sou o céu. Porque o céu é bonito, mas cobertos de estrelas é perfeito. Eu acho que ele demorou algum tempo para entender isso, porque eu demorei algum tempo até conseguir me aproximar dele. Ser seu amigo. Eu entendia o receio dele. Eu estava morrendo.



Quando terminou de ler as palavras, era como se milhares de coisas quebrassem dentro de Luhan e ele continuasse a sangrar. Porque ele nunca havia parado. Havia um milhão de coisas presas em seu coração, em sua cabeça, e Luhan sentia a necessidade quase patológica e colocar, por favor, um fim naquela dor que parecia que nunca iria passar. Havia um desespero que lembrava angústia. Uma angustia que lembrava dor. Uma dor que o fazia sangrar.

Gritar.



Em 2006, Luhan tinha decidido que seria médico. Minseok sorriu quando escutou os sonhos de Luhan. Um sorriso cansado. Triste. Havia uma melancolia no ar naquela tarde de maio, enquanto eles andavam sem uma direção certa pelos lugares mais escondidos de uma cidade sempre esquecida pelo resto do mundo.

Mesmo que Minseok não dissesse nada, Luhan sabia que ele estava triste. Havia alguma coisa no sorriso dele, naquele sutil inclinar de lábios que repuxava não um sorriso, mas dor. Ele odiava olhar para o melhor amigo e ver aquele traço de dor em seus gestos, em sua expressão, tudo sempre camuflado pelo costume irritante de tentar ser sempre forte. Você não precisa ser sempre forte, Luhan murmurava para si mesmo, você pode quebrar às vezes, porque eu vou estar aqui para te consertar.


Foi naquele dia, no dia 20 de Maio de 2006, que eles encontraram aquele lugar pela primeira vez. Não era nada do que eles já houvessem visto. Foi como um acidente, depois de se perderem meio sem querer em um emaranhado de árvores na divisa da cidade. E lá atrás, atrás de tudo, havia um lugar que seria eternamente especial. A grama era verde, o céu era azul, o ar era puro. Era como um sonho. Como um cenário de filmes. E se tornou o lugar favorito deles. O lugar onde eles teriam as melhores e mais deliciosos segredos.




“Quantos amores você acha que alguém pode ter durante uma vida?”

A pergunta pegou Minseok desprevenido. Ele demorou algum tempo até responder – ele costumava fazer isso, pensar delicadamente sobre as coisas antes de responder. Luhan já havia se acostumado e mesmo que demorasse, sempre obtinha uma resposta para suas perguntas estúpidas e infantis.

“Eu acho que há várias formas de amar. Eu amo papai, mamãe, meu irmão, meu cachorro... você.”

Luhan sentiu um calor morno de espalhar pelo corpo, mas aquela não era a resposta que ele queria.
“Estou dizendo amores de amores.” Luhan disse, mesmo que não fizesse muito sentido, e o riso baixo de Minseok chamou sua atenção ao finalmente erguer os olhos para ele. “Você acha que alguém pode amar amorosamente quantas pessoas em uma vida?”

“Levando em conta que provavelmente não tem não amar amorosamente alguém, eu não sei. Acho que isso depende de cada um, Luhan. Mas mamãe costuma dizer que um amor é para a vida inteira.”
“E você concorda com isso?”

Novamente fez-se silêncio. Aquele silêncio que significava que Minseok estava minuciosamente pensando na resposta.

“Eu acho que sim, mas não queria acreditar em algo assim.” Antes que Luhan pudesse abrir a boca para fazer outra pergunta, ele continuou: “Se podemos somente amar uma pessoa a vida inteira, significa que quando eu morrer você vai sofrer o resto da sua vida. E eu quero acreditar que podemos ter vários amores, porque assim você eventualmente vai encontrar alguém que conserte seu coração partido.”

Luhan não conseguia mais enxergar Minseok. De repente passou pela sua cabeça que talvez fossem as lágrimas que tornavam tudo um borrão disforme.

“Você está sendo egocêntrico” Luhan murmurou e quando fechou os olhos, sentiu algo molhar suas bochechas. “Eu não vou passar a vida inteira sofrendo por você. Eu vou beijar muitas bocas e vou beber e vou transar e dificilmente vou me lembrar de você.”

Era mentira. Talvez Minseok soubesse. Talvez acreditasse. Mas continuava sendo somente uma mentira. E mentiras eram, algumas vezes, melhor que a mais pura verdade. Se Minseok dissesse a verdade, ele diria que quando Minseok partisse, ele não passaria de um homem quebrado e que todos os dias – meu deus, todos os dias! – lembraria dele.

Porque o amor acontecia apenas uma vez, e Luhan descobriu isso da pior maneira possível.
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Pequenas Coisas: Notas Finais

1/21/2013

Essa é a segunda fanfiction EunHae que eu termino! Antes de mais nada, eu quero agradecer a todas as pessoas que me acompanharam – talvez desde o começo, talvez no meio ou só agora, no fim. Eu queria dizer que cada comentário, cada sugestão, cada pensamento, cada tweet e cada apelido (Jude!) realmente me deixaram muito feliz.

Quando o Nyah fechou e todas nós ficamos perdidas, foi realmente um alívio saber que vocês acompanharam Pequenas Coisas até o AnimeSpirit. E eu só queria realmente agradecer, porque se cheguei até o fim foi por causa de vocês.

Acho que todos devem saber que essa fic foi escrita pra Anna, e eu só espero, sinceramente, que você tenha gostado, Anna. Pois eu estou aqui, todo dia, toda hora, silenciosamente dizendo que amo todas as pequenas coisas em você. E essa também foi um dos projetos que eu mais gostei de escrever (e é, eu escrevo há algum tempo ><) e acho que exatamente por isso está sendo tão difícil me despedir da fic. Mas eu só quero dizer que, quem ainda quiser me ver escrevendo sobre EunHae, ainda continuará me vendo. Porque mesmo que eu fique dizendo que vou parar, eu acho que a vontade de escrever é mais forte do que eu.

Obrigada por incentivarem minhas divagações, e por alimentarem meu amor por escrever. É por cada pequena coisa que eu amo vocês 
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Segredo, a EricHyuk

10/19/2012

SEGREDO

Para Karitha, minha menina,
Com amor, da sua jewel audaciosa.


OoO

Fazia algum tempo que eu estava sentado naquele sofá, atrás das câmeras, num espaço onde ninguém mais costumava usar naquele horário. Uma luz fraca tremulava o ambiente e havia um cheiro incomodo de álcool metílico no ar, originado pela faxineira que estivera ali há algum tempo.

Eu deixei que meus olhos de fechassem, encostando-me mais no estofado do sofá e fechando os olhos. Estava sendo um pouco difícil nos últimos meses; horários apertados demais e pouco tempo pra um momento de paz como aquele. A gente aprende a aproveitar cada brecha, em ocasiões como aquela, para dormir. E era isso que eu pretendia fazer até ouvir um leve click vindo da porta de entrada, seguido de passos pesados.

Eu não sabia exatamente quem esperava encontrar, porém não imaginava que daria de cara com Eric quando abrisse abrisse os olhos. Ele estava parado à porta – já fechada – e ele era uma figura alta e imponente ali. De alguma maneira, me sentia pequeno diante dele, pois apesar de todo o sucesso que Super Junior fazia, dentro de mim éramos inexperientes e bebês perto de alguém como ele.

“Hyukjae!” Eric exclamou saudoso e eu somente retribui timidamente o cumprimento, sentindo-me estranhamente desajeitado no meu próprio corpo. Os olhos de Eric me examinaram e seu semblante era sério, o que somente ocasionou um leve frio na boca do meu estômago.

De alguma maneira, eu gostava daquela maneira como ele me encarava. Não havia a típica insegurança de garotos mais jovens, somente uma confiança quase desdenhosa. De qualquer maneira, era diferente dos tipos de homens que eu conhecia e isso me deixava estranhamente desajeitado em sua presença.

“O que está fazendo aqui?” Eric perguntou quase delicadamente enquanto se sentava no sofá perto de mim, apoiando graciosamente o tornozelo sobre um dos joelhos. Sua expressão era calma, porém eu tinha certa dificuldade em conseguir transformar meus pensamentos em palavras e devo ter o olhado com cara de retardado por alguns segundos antes de finalmente responder.

“Nada.” Disse simplesmente, me achando patético tão logo as palavras escaparam de meus lábios. “Eu só queria um tempo de tudo aquilo.” Expliquei, referindo-me a toda a confusão e gravações do programa. Eric concordou com a cabeça e sorriu de um jeito que deixava claro que ele entendia perfeitamente o que eu dizia. E ele de fato entendia, pois também era um ídolo.

Senti minhas bochechas meio quentes, mesmo sem algum motivo específico, e era até meio patética a maneira como meus movimentos de repente pareciam desajeitados demais; pesados demais. Eu queria travar alguma conversa interessante, dizer que o admirava, que eu já havia lido algumas entrevistas dele e que tínhamos gostos parecidos e pensávamos iguais em muitas coisas, porém as palavras perdiam-se antes de encontrar caminho para fora de meus lábios.

Eu tinha a leve consciência que estar interessado por alguém era aquilo. Há quanto tempo eu não me interessava por alguém? Uma vez uma amiga havia me dito que a melhor fase de um relacionamento era aquela, quando havia somente a insegurança, os sorrisos sem propósito e o frio na barriga, como se borboletas fizessem uma orgia em seu interior.

Sorri de leve com o pensamento e percebi que, de fato, concordava com ela. Era uma sensação tão adolescentemente deliciosa e única! Deixei meus olhos examinarem Eric demoradamente e concluí que as borboletas dentro de meu estômago talvez tivessem mesmo um bom motivo para se rebelarem, uma vez que Eric definitivamente era alguém interessante.

Talvez fosse somente algum tipo de fetiche estranho que eu nunca me dera conta ter até estar de frente para ele, isso de transar com um homem mais velho. Eu imaginava como era transar com Eric e isso me deixava inseguro e exultante, tudo ao mesmo tempo. Era algo que eu definitivamente gostaria de experimentar, mesmo não sabendo se tinha alguma chance.

“Recebi alguns comentários odiosos depois do último episódio do programa” Eric disse distraidamente, alguns minutos depois, e eu o olhei demoradamente. “Aparentemente a notícia de que estávamos .. próximos demais chegou ao público antes mesmo do programa ir ao ar. Algumas fãs disseram que você amava o Donghae e que eu não tinha nenhuma chance.”

“Elas disseram isso?” Perguntei, ligeiramente divertido. Era estranho pensar que minhas fãs cuidavam mais do meu relacionamento – ou não relacionamento – com Donghae do que eu mesmo. Mas Donghae definitivamente não era alguém que eu queria meter entre nós dois, por isso somente balancei a cabeça e o afastei do pensamento, sorrindo de lado para Eric e tentando pensar rapidamente numa resposta.

“Elas realmente shippam EunHae.”

“Elas shippam EunHae por que é real?” Perguntou Eric, parecendo de fato curioso, e eu somente balancei a cabeça, rindo com o pensamento de que EunHae podia, de fato, ser real. Ele entenderia exatamente o que eu iria querer dizer, pois ele também era de um grupo só de homens e com certeza haviam fãs que torciam para que ele ficasse com outro integrante. “Então você gosta de mulheres?”

A pergunta me pegou de surpresa e me vi sem resposta. Meu coração acelerou um pouco e eu sorri sem graça, desviando os olhos quando me vi incapaz de sustentar seu olhar. Ele me encarava como se pudesse ler todas as coisas que eu estava pensando naquele momento; coisas que resumiam-se no seu corpo empurrando o meu contra aquele sofá, ambos sem nenhuma roupa.

Engoli em seco e tentei pensar em qualquer outra coisa que não fosse aqueles pensamentos desconcertantes. Mexi-me desconfortavelmente no sofá, olhando a sala em volta, e o cheiro de álcool de alguma maneira parecia ainda mais forte enquanto tentava normalizar minha respiração descompassada.

“Eu não entendi a pergunta.” Menti descaradamente e ele provavelmente percebeu que eu estava desviando do assunto. Eric não era burro, eu sabia. Estava claro, somente pelo jeito como eu ficava sem jeito em sua presença, que eu não era cem por cento heterossexual. “Por que você está com esse sorriso no rosto?” Perguntei quase inocentemente quando notei que seus lábios se erguiam em um sorriso quase maldoso.

De alguma maneira, meu coração acelerou ainda mais quando ele se levantou do sofá, roupas escuras e pele levemente bronzeada, os olhos fixos nos meus e seu cheiro ainda mais forte conforme se aproximava. Ele passou a língua nos lábios quando estava perto de mim, sentado naquele sofá, pernas levemente afastadas. Eu o encarava de baixo e por alguns segundos me dei conta que a posição em que nos encontrávamos era estranhamente obscena.

Abri os lábios, meio sem reação, e de alguma maneira nunca estaria preparado para as palavras que escaparam de seus lábios no momento seguinte.

“Você pode colocar meu pirulito na boca, se me aceitar.”

Minha boca de repente ficou seca e senti como se estivesse vivendo numa realidade paralela e aquele momento não estivesse acontecendo. Era tudo estranhamente irreal. Eric estava mesmo me propondo o que eu acho que estava? Eu me vi sem reação por alguns segundos até que as mãos fortes e decididas dele adiantaram-se para o zíper da própria calça. Em poucos segundos o tecido macio deslizava por suas coxas e eu me vi excitado quando constatei que uma ereção nada tímida desenhava o tecido branco de sua cueca.

Minha boca quase inconscientemente buscou contato com aquele pedaço de seu corpo quando os dedos experientes prenderam-se em meus cabelos, como se me incentivasse a fazer tudo o que queria, mas o pudor me impedia. Deslizei a língua pelo tecido macio, bem onde sua ereção repousava, e fui retribuído com um gemido rouco e uma palavra desconexa. Sua respiração descompassou e eu não tinha mais paciência para joguinhos, até porque em breve seríamos chamados para continuar a gravação.

Abaixei a cueca dele sem nenhum receio, observando sua ereção exposta e rosada que me chamou a atenção imediatamente e trouxe saliva pra minha boca. Segurei sua cintura com uma das mãos enquanto usava a outra para masturbá-lo, não me importando nenhum pouco em ser rogado antes de colocar sua glande sensível na boca e chupar devagar, provocando.

Senti minha própria ereção latejar dentro da minha calça quando ele empurrou minha cabeça contra seu membro totalmente duro, enterrando-o na minha boca molhada. Ofeguei e soltei um gemido abafado que somente serviu para causar uma vibração ainda mais intensa em seu membro, fazendo Eric jogar a cabeça para trás e gemer.

Eu estava prestes a tirar sua ereção dos lábios e fazê-lo terminar tudo aquilo da melhor maneira possível quando senti algo cutucar de leve meus ombros. Por alguns segundos pensei que fosse Eric, porém o momento parecia estranhamente distante e aquela imagem parecia estar fugindo e então abri os olhos, como se tivesse passado muito tempo embaixo d'água e finalmente voltasse à margem.

“Você estava sonhando com alguma coisa?” Ouvi a voz de Donghae bem perto de mim. Ele estava sentado ao meu lado no sofá, uma das mãos na minha coxa, fazendo um carinho leve. Um sorriso desenhava seus lábios perfeitos. “Você tava dormindo tão gostoso que estava quase com pena de acordar você, mas precisamos ir pro dormitório. Desculpa a demora pra vir te buscar, mas me prenderam na gravação do drama pra refazer uma cena.”

Donghae, meu namorado, havia ido me buscar no estúdio de gravação e eu acabara pegando no sono. Alguns metros de distância, um faxineiro noturno estava limpando alguns itens com álcool e o cheiro era forte, fazendo-me torcer o nariz. Donghae me olhava com expectativa, esperando que eu finalmente saísse do meu estado letárgico e levantasse para ir embora.

Meu Donghae, o homem que eu mais amava no mundo e que jamais trairia me olhava com seus olhos bobos e inocentes, um sorriso leve desenhando seus lábios avermelhados. Senti-me quase culpado pelo sonho que estava tendo com outro homem, porém não era real e isso que importava. Não podia controlar com o que sonhava, afinal.

Estava pegando minha mochila para ir embora com Donghae quando me virei e Eric apareceu no meu campo de visão. Quase deixei um grito de susto escapar dos meus lábios enquanto ele somente sorria quase sapecamente e me olhava como se tivesse aprontado alguma coisa errada.

“Eu consegui roubar alguns pirulitos do set de gravação.” Disse-me, colocando alguns na minha mão, que apressadamente aceitei e coloquei na mochila, minhas bochechas rapidamente ganhando um tom rosado. Donghae não pareceu perceber meu constrangimento enquanto andavámos em direção ao estacionamento.

“Quero o pirulito do Eric, Hyuk-ah.”

Quase me engasguei com minha própria saliva antes de me dar conta do que Donghae falava. Senti como se pudesse pegar fogo a qualquer momento e abri minha mochila displicentemente, tentando mostrar naturalidade.

Donghae nunca descobriria sobre aquele sonho, afinal. Era um segredo só meu.
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